Pessoas com perda auditiva moderada já estão mais sujeitas a apresentar precocemente sintomas de declínio das funções cerebrais.
Com o aumento da expectativa de vida da população mundial, pesquisadores tentam encontrar respostas para problemas relacionados ao envelhecimento e alternativas para evitá-los e as descobertas mais recentes apontam a perda auditiva como um fator de risco para a demência.
Uma das razões para isso envolve a sobrecarga das funções cerebrais. Quando alguém não ouve bem, o cérebro recebe sinais vagos, forçando-o a trabalhar mais para compreender o significado da mensagem. Quanto mais difícil for para o cérebro processar os sons, mais ele precisa trabalhar para entender o que se ouve, diminuindo sua capacidade de realizar outras tarefas. Outra questão é que pessoas que não conseguem ouvir claramente tendem a se tornar mais isoladas socialmente, o que provoca uma redução dos estímulos e da capacidade de raciocínio e memória.
Talvez a justificativa mais importante seja a que envolve a estrutura do cérebro: a perda auditiva resulta em uma maior taxa de atrofia cerebral, principalmente na área do cérebro voltada para a audição, que também está envolvida nos processos de memória, aprendizado e pensamento.
A memória também é afetada negativamente. Quando as informações não são ouvidas com clareza, o cérebro tende a se atrofiar pela falta de estímulos adequados, tendo em vista que as informações não são integralmente processadas por ele.
Tratar a perda auditiva na meia-idade tem o potencial de diminuir a incidência de demência. As perdas na percepção, memória e raciocínio ocorrem gradualmente à medida que as pessoas envelhecem e combater os fatores que aceleram este processo é sempre uma ótima opção.
Uma característica da maioria dos casos de perda auditiva é que ela ocorre de forma gradual e as pessoas não percebem o problema até que já esteja em um estágio muito avançado. Por isso é sempre importante realizar o acompanhamento médico e prestar atenção aos relatos de pessoas próximas, que acabam percebendo a perda auditiva antes de quem sofre com ela.
Evitar a perda auditiva é sempre a melhor alternativa, mas quando já existe a dificuldade para ouvir, os aparelhos auditivos são uma ferramenta poderosa para evitar os danos de uma perda auditiva não tratada, já que o uso deles pode atrasar a manifestação das dificuldades cognitivas em idosos e melhorar o desempenho das funções cerebrais.
A perda auditiva acelera o declínio de funções intelectuais na terceira idade, mas o uso de aparelhos auditivos impede esse processo. Vários estudos indicam que pessoas que usam aparelhos auditivos têm o mesmo nível de percepção, memória e raciocínio que aqueles com audição normal.
Vale lembrar que o tratamento auditivo não consiste simplesmente no uso dos aparelhos e sim em acompanhamento médico e fonoaudiológico conjuntos. As soluções auditivas ajudam as pessoas a terem uma saúde mental mais satisfatória, mais qualidade de vida e a desempenharem melhor suas atividades rotineiras.
Com a conscientização das pessoas sobre a importância da audição na saúde como um todo, será possível a adoção de maiores cuidados a fim de evitar a perda auditiva ou tratá-la o mais cedo possível.
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